quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Exploração do pré-sal será desafio para a engenharia brasileira

Explorar petróleo a sete mil metros de profundidade, a camada do pré-sal será um desafio tecnológico para a engenharia brasileira. No Rio, a Petrobras promoveu nesta tarde um encontro com jornalistas.

Ana Paula Araújo - Rio de Janeiro

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O presidente e diretores da Petrobras detalharam a proposta apresentada nesta segunda-feira pelo governo de que a empresa seja a única a administrar a exploração do pré-sal e tenha ainda 30% dos campos de petróleo.

Em meio às críticas de que isso traria uma grande interferência do governo, o presidente da Petrobras disse que a empresa hoje é a que tem o maior conhecimento para a exploração do petróleo em águas profundas.

Estas regras ainda serão votadas pelo Congresso. A exploração do pré-sal começa em 2015 e especialistas dizem que será um grande desafio tecnológico.

Os técnicos testam um novo equipamento para a exploração de petróleo. No laboratório de engenharia submarina da Universidade Federal do Rio, uma câmara simula a pressão da água a sete mil metros de profundidade.

“Mostrou que houve vazamento quando a pressão atingiu próximo dos cinco mil metros de profundidade. Isso significa que esta emenda entre os dutos tem que ser mais estudada”, comenta João Fabrício Castilho, supervisor do laboratório.

Essa é uma das pesquisas da universidade, que trabalha em conjunto com a Petrobras, para atender às exigências da exploração do petróleo no pré-sal.

Enquanto um campo de petróleo de águas profundas fica hoje em média a 200 km da costa e a 2 km de profundidade, o pré-sal esta a cerca de 300 km de distância e a uma profundidade de 7 km. E para chegar até lá, é preciso passar pela água, mais uma camada de rochas e terra, e por outra de sal. No pré-sal, mais uma dificuldade: há uma grande concentração de gás carbônico, o que aumenta a corrosão dos equipamentos.

A tubulação normalmente usada para levar petróleo e gás do mar até a costa, para suportar a pressão maior da água e do petróleo que vem do pré-sal, precisaria ter quase o dobro da espessura e do peso. Uma das alternativas pesquisadas é esse duto com duas camadas de aço. É a busca por uma tecnologia que torne a exploração do pré-sal mais segura e mais barata.

“Isso tudo dificulta a exploração no pré-sal, mas não inviabiliza. Muita coisa ainda tem que ser aperfeiçoada e aprendida, mas a exploração do pré-sal. Ainda vai durar muitos anos e ao longo desses anos a tecnologia vai ser com certeza consolidada”, diz Ilson Paranhos, professor da Coppe - UFRJ.

fonte:G1

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